2019 - rúptil | na era dos castigos incorpóreos
PT
"Rúptil | Na era dos castigos incorpóreos" é um projeto multidisciplinar e experimental, concebido para ser apresentado em espaços não convencionais, site-specific, capazes de fomentar relações variáveis e opcionais entre a obra, o performer e o público. Palavras e ideias-chave como transeunte, contínuo, frequência, acumulação, processo e criação dão origem à ação fundamental deste projeto: o ato de caminhar. Jean-Jacques Rousseau afirma: "caminhar é dar forma, seguir um percurso, modelar com os pés, se o entendermos nas concepções mais antigas. Esse andar que faz caminho, vaguear poético, pode ser visto como um passeio, mas também como exploração, como viagem surrealista ou deriva situacionista".
Início este projeto explorando mapas, cartografando, elaborando e planejando destinos potenciais. As motivações, distâncias, zonas e durações variam a cada viagem ou percurso. Destaco a importância das fronteiras, a audácia, zonas célebres, outros centros, periferia e lugares esquecidos. O registo/documentação ocorre de forma imperativa e instintiva. "Rúptil | Na era dos castigos incorpóreos" visa desafiar a ação de caminhar, provocando que o performer/criador/caminhante continue (em ato contínuo) registrando, respingando, recolhendo, e colecionando materiais. Posteriormente, em estúdios ou locais temporários, essas "matérias-primas" são utilizadas para desenvolver esculturas essenciais e fundamentais para a performance. As esculturas funcionam como anotações, registros poéticos de rupturas de fronteiras, resquícios de uma cidade fantasma e obsoleta. Mapeamentos. Objetos ritualísticos, brutos. Convocações, alegorias. Manipuláveis, vulneráveis. Construções e idealizações da condição humana. Fragmentos de uma história. Símbolos. Organismos complexos e em constante mutação. O performer é tempo, ação e espaço. É transeunte. É compositor e maestro. É minucioso, silencioso, e arbitrariamente o nada (o vazio como superação e desejo). É água (mar). "Rúptil | Na era dos castigos incorpóreos" é, em sua essência, um projeto processual, nômada e coletor. Uma ode à beleza do caos que é a nossa existência.
ENG
"Rúptil | na era dos castigos incorpóreos" is a multidisciplinary and experimental project designed to be presented in unconventional spaces, site-specific, capable of fostering variable and optional relationships between the artwork, the performer, and the audience. Key words and ideas such as passerby, continuous, frequency, accumulation, process, and creation give rise to the fundamental action of this project: walking. Jean-Jacques Rousseau states: "walking is to give form, follow a path, shape with the feet, if we understand it in the oldest conceptions. This walking that makes a path, poetic wandering, can be seen as a stroll, but also as exploration, as surrealist travel or situationist drift."
I initiate this project by scrutinizing maps, cartography, and planning possible destinations. Motivations, distances, zones, and durations vary with each journey/course. I emphasize the importance of borders, audacity, famous areas, other centers, periphery, and forgotten places. Registration/documentation occurs both imperatively and instinctively. "Rúptil | na era dos castigos incorpóreos" aims to challenge the act of walking, prompting the performer/creator/walker to continue (in continuous action), recording, splashing, collecting, and gathering materials. Subsequently, in studios or temporary locations, these "raw materials" are used to develop essential and foundational sculptures for the performance. The sculptures project as notations, poetic records of border ruptures, remnants of a ghostly and obsolete city. Mappings. Ritualistic, raw objects. Summonings, allegories. Manipulable, vulnerable. Constructions and idealizations of the human condition. Fragments of a story. Symbols. Complex and ever-changing organisms. The performer is time, action, and space. Is a passerby. Is a composer and conductor. Is meticulous, silent, and arbitrarily nothing (emptiness as overcoming and desire). Is water (sea). "Rúptil | na era dos castigos incorpóreos" is, at its core, a procedural, nomadic, and collecting project. An ode to the beauty of the chaos that is our existence.
Creation and performer: Flávio Rodrigues
Assistant: Bruno Senune
Video: Eva Ângelo
Artistic residencies and support_Arte Total (Braga, PT), Balleteatro (Porto, PT), Ilke Studio (Berlim, DE), Teatro Municipal do Porto/Festival DDD - Dias da dança (Porto, PT), TAGV (Coimbra, PT), Circolando (Porto, PT), DEVIR CAPA (Algarve, PT), Câmara Municipal da Moita/Centro de Experimentação Artística (Vale da Amoreira, PT); Financial management support_Bactéria; Co production_Teatro Municipal do Porto/Festival DDD - Dias da dança (Porto) e Arte Total (Braga); Support for internationalization_Fundação Gulbenkian e Shuttle/Câmara Municipal do PORTO.; Creation financial support_Fundação GDA;
Agenda:
- 16 a 23 de Setembro (2018), Residência de criação, Circolando (Porto);
- 15 a 21 de Outubro (2018), Residência de criação, DEVIR CAPA (Algarve);
- 5 a 11 de Novembro (2018), Residência de criação, Centro de Experimentação Artística / CEA, (Moita);
- 10 de Novembro (2018), Apresentação Pública Work in Progress, Centro de Experimentação Artística / CEA (Moita);
- 13 a 17 Novembro (2018), Residência de criação, Sala Estúdio Campo Alegre (Porto);
- 10 a 15 de Dezembro (2018), Residência de criação, Gnrtaion/Arte Total (Braga);
- 7 a 19 de Janeiro (2019), Residência de criação, Balletetaro (Porto);
- 5 a 9 Fevereiro (2019), Residência artística, Sala de Ensaios Rivoli (Porto);
- 16 de Março (2019), Apresentação pública, Arte Total (Braga);
- 1 a 13 de Abril (2019), Residência artística, Circolando (Porto);
- 4, 5 de Maio (2019), Apresentação pública, Festival DDD (Porto);
- 19 de Junho (2019), Apresentação pública, Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra);
- 5 de Outubro (2019), Apresentação pública, STUDIO: ILKA THEURICH (Hannover, Alemanha);
- 16 de Outubro (2019), Apresentação pública, 4BID Gallery (Amesterdão, Holanda);
- 23 de Outubro (2019), Apresentação pública, Biblioteca Pública Casa de Las Conchas (Salamanca, Espanha);
- 12 a 20 de Dezembro (2019), Residência artística, Sala de Ensaios Teatro de Ferro/Serviço de emergências (Porto);
- 15 de Fevereiro (2020), Apresentação pública, Rua Gaivotas 6 (Lisboa, Portugal);
- 13 de Setembro (2020), Apresentação pública, Festival Mandala / Centrum na Przedmieściu (Wrowclaw, Polónia);
Festival DDD - palácio dos CTT (Porto)
Fotografia de Bruno Senune
Photographs: João Peixoto e videos de Eva Ângelo
Apresentação em TAGV (Coimbra), inserido no contexto do programa Performance Agora;
Photography: Clara Morais
Apresentação em 4bidGallery (Amesterdão) & Ilka Studios (Hannover):
Residência de criação + apresentação em CEA - Centro de experimentação artística em Vale da Amoreira
14.ª edição do Festival Mandala em Wroclaw (Polónia)
Com apoio Programa Shuttle (CMPorto)
Video apresentação para Festival DDD 2019 - TMP Rivoli